Um Breve Suspiro




Tão sábio o Tempo que não se repete, 
guarda consigo o ciclo dos encantos 
que de vividos, 
fazem-se tantos, 
sem que com isso a alma se aquiete. 


É que no peito há sempre bem guardado 
algum amor que já se fez passado 
e de tão forte, 
mesmo embaçado, 
mantém-se vivo até depois da morte. 


Tão sábio o Tempo, não lhe dá ouvido. 
Caminha alheio, tão despercebido 
que sem aparte, 
sem alarido, 
é mero palco, onde destarte, 


Tudo é apenas um breve suspiro 
dum Tempo que ofegante, eu transpiro. 
E não importa 
se descortino 
quanto é fugaz, e sigo quase absorta, 
enquanto o Tempo escreve meu destino.

Sylvia Cohin

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