Ver... e do que se vê...


Ver... e do que se vê logo abrasado
Sentir o coração de um fogo ardente,
De prazer um suspiro de repente
Exalar, e após ele um ai magoado

Aquilo que não foi inda logrado,
Nem o será talvez, lograr na mente;
Do rosto a côr mudar continuamente,
Ser feliz e ser logo desgraçado;

Desejar tanto mais quão mais se prive

Calmar o ardor que pelas veias corre,

Já querer, já buscar que ele se ative;

O que isto é a todos nós ocorre:
-- Isto é amor, e deste amor se viver;
Isto é amor, e dêste amor se morre.

Francisco Moniz Barreto

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