Teu nome foi um sonho do passado;
Foi um murmúrio eterno em meus ouvidos;
Foi som de uma harpa que embalou-me a vida;
Foi um sorriso d'alma entre gemidos!
Teu nome foi um ego de soluços,
Entre as minhas canções, ente os meus prantos;
Foi tudo que eu amei, que eu resumia,
Dores, prazer, ventura, amor, encantos!
Escrevi-o nos troncos de arvoredo,
Nas alvas praias onde bate o mar;
Das estrelas fiz letras, soletrei-o
Por noite bela ao mórbido luar!
Escrevi-o nos prados verdejantes
Com as folhas da rosa ou da açucena!
Oh! quantas vezês na asa perfumada
Correu das brisas em manhã serena?!
Nas praias se apagou, murchou nas flores;
Só guardada ficou aqui no peito
-- Saudade ou maldição dos teus amôres.
José Bonifácio
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