Na confusão do mais horrendo dia,
Painel da noite, em tempestade brava,
De fogo e ar o ser se embaraçava,
Da terra e ar o ser se confundia
Bramava o mar, o vento embravecia,
A noite em dia, enfim se equivocava,
E com estrondo horrível se assombrava
A terra; e se abalava e estremecia.
Desde os altos aos cônvacos rochedos,
Desde o centro aos mais altos obeliscos.
Houve temor nas nuvens e penedos.
Pois dava o céu ameaçando riscos,
Com assombros, com pasmos e com medos,
Relâmpagos, trovões, raios, coriscos.
Gregório de Matos
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