Os teus olhos...



Os teus olhos gentis, encantadores,
Tua loura madeixa delicada,
Tua boca por Vénus invejada,
Onde habitam mil cândidos amôres;

Os teus braços, prisão dos amadores,
Os teus globos de neves congelada...
Serão tornados breve à cinza!...
a nada!...

Aos teus amantes causarão horrores!
Céus! e hei de eu ama uma beleza
Que à cinza reduzida brevemente
Há de servir horror à natureza!

Ah! mandai-me uma luz resplandecente,
Que minh'alma ilumine, e com pureza,
Só ame um Deus, que vive eternamente.

J. da Natividade Saldanha

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