Formosa, qual pincel em tela fina
Debuxar jamais pôde, ou nunca ousara;
Formosa, qual jamais desabrochara
Em primavera rosa purpurina;
Formosa, qual se a própria mão divina
Lhe alinhara o contôrno e a forma rara;
Formosa, qual jamais no céu brilhara
Astro gentil, estrêla peregrina;
Formosa, qual se a natureza e a arte,
Dando as mãos em seus dons, em seus lavores
Jamais soube imitar no todo ou parte;
Mulher celeste, oh! anjo de primores!
Quem pode ver-te,sem querer amar-te!
Quem pode amar-te, sem morrer de amôres!
Antonio P. Maciel Monteiro
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