Certa vez, em noite clara,
escolhi, do céu, uma estrela
para ser aquela...
Aquela ouvideira
que os desejos escolhem
e compartilham momentos.
Aquela parceira
que brilha num sorriso
e seca lágrimas de desencantos.
Aquela fonte
de luz e beleza
que se deitou nos meus anseios,
dançou nas minhas alegrias,
saltitou nos focos da minha visão
e adormeceu tranquila nos meus cantos.
Por uma noite apenas
eu dela me esqueci.
Foi o bastante
para que ela se escondesse.
Busquei-a em todos os cantos do céu
e em todos os rastros de lz;
Conto u-me o vento
que a vira afogando-se
no mar das minhas lágrimas.
Desde então eu a espero
certa de que surgirá,
mesmo sem brilho,
numa onda qualquer.
Nem mais uma lágrima verá...
Apenas saberá do que perdeu
nos versos que deixei
nas areias das praias
por onde andei.
Morto o sonho,
leva consigo o sonhador.
Cleide Canton
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